A fundação é a etapa mais importante para uma construção de qualidade. Essa fase da obra é responsável por distribuir os esforços das construções de forma segura pelo terreno, evitando patologias características.
Nossos serviços de fundação contam com o suporte de engenheiros especializados no assunto, além de possuirmos máquinas de diversos tipos e tamanhos que possibilitam a execução de fundações de obras de pequeno à grande porte. Atualmente, trabalhamos com 4 tipos de fundações profundas: Estaca Hélice Contínua Monitorada, Estaca Raiz, Estaca Escavada e Estaca Cravada, tendo executado as fundações de mais de 3.000 obras no Sul e Sudeste do Brasil.
Hélice Contínua
As estacas Hélice Contínua caracterizam-se por serem moldadas in loco após a escavação do terreno e a simultânea remoção do solo e concretagem da estaca.
A metodologia da estaca Hélice Contínua permite sua execução tanto em terrenos coesivos quanto arenosos, na presença ou não de água. Somando à metodologia o porte do equipamento perfuratriz usado, consegue-se atravessar camadas de solo bastante resistentes, com índices de SPT’s acima de 50 golpes.
Perfuração:
A perfuração da estaca Hélice Contínua consiste na introdução por rotação do trado helicoidal no terreno, através de torque do equipamento suficiente para que se vença a resistência do terreno e se atinja a profundidade de projeto de fundação.
No final do trado helicoidal existe uma tampa metálica que permanece fechada durante a perfuração do terreno, sendo aberta apenas na hora da concretagem com a pressão do concreto bombeado. Este processo evita a entrada de solo ou água na haste central do trado helicoidal.
Com o monitoramento da estaca, feito por um computador na cabine ligado a diversos sensores, consegue-se acompanhar a execução juntamente com a verificação dos seguintes itens: profundidade da estaca; inclinação da torre do equipamento; torque; rotação e velocidade de perfuração. Na conclusão da estaca, são gerados gráficos com estes itens.
Graças ao método executivo, as estacas Hélice Contínua possuem uma velocidade de execução bastante elevada e podem garantir uma alta produção da obra, sendo superior a 300 metros por dia dependendo das características da estaca (diâmetro e profundidade), da resistência do solo e, mais importante, do fornecimento contínuo de concreto na obra.
Concretagem:
Atingida a profundidade desejada da estaca, começa o processo de concretagem da estaca Hélice Contínua. A concretagem é feita através do bombeamento de concreto que passa por um conjunto de mangotes até a haste central do trado. Com a pressão de concreto dentro da haste, a tampa metálica é expulsa permitindo a passagem do concreto da haste para o fuste da estaca. A concretagem é realizada simultaneamente com a retirada do trado até o nível do terreno.
Durante este processo, a concretagem deve se manter sob pressão positiva com objetivo de garantir a continuidade e integridade do fuste da estaca. Por tal motivo, as estacas Hélice Contínua possuem um sobre consumo (da ordem de 20% à 30% a mais) de concreto.
Com o monitoramento da estaca, é gerado, em tempo real, um gráfico com o perfil estimado da estaca concretada que auxilia o operador da máquina a verificar a integridade da estaca. Na conclusão da concretagem, também são gerados gráficos relacionados à concretagem da estaca Hélice Contínua que se somam aos gráficos gerados durante a perfuração.
Com a retirada do trado, o material removido do fuste da estaca é retirado com o auxílio de uma escavadeira.
A NBR 6122/2019 (Projeto e execução de fundações) especifica o concreto para estacas Hélice Contínua:
Consumo de cimento não inferior a 400 kg/m³;
Slump test igual à 22 +- 3cm;
Fator água / cimento menor ou igual à 0,6;
Agregado: areia e pedrisco;
% de argamassa em massa maior ou igual à 55%;
Traço tipo bombeado;
Fck maior ou igual à 30 MPa aos 28 dias.
Armadura:
As estacas Hélice Contínua exigem a inserção da armadura da estaca depois de finalizada a concretagem. A armadura é inserida na estaca por gravidade, sendo empurrada por operários ou com o auxílio de um pilão.
A armadura tem como função principal a perfeita ligação entre estaca e bloco de fundação. Serve para absorver esforços de tração e flexão, além de garantir a integridade da estaca, na parte superior, durante a escavação para os blocos de fundação (geralmente feita com escavadeiras e estão suscetíveis a se chocarem com as estacas, mesmo com todo o cuidado).
Estaca Raiz
Estacas Raiz são estacas moldadas in loco caracterizadas pela elevada tensão de trabalho do fuste e pela possibilidade de perfuração em rocha. Este tipo de estaca é armada em todo o seu comprimento e a perfuração é preenchida por uma argamassa de cimento e areia.
Devido ao pequeno porte dos equipamentos, este tipo de estaca é bastante usando em locais com limitações de altura, principalmente em reforço de fundação.
Perfuração:
Em solo, o fuste é revestido através da introdução por rotação de elementos tubulares de aço rosqueáveis e a remoção do material de seu interior.
No trecho em rocha, e perfuração ocorre por roto percussão com o uso de um martelo de fundo por dentro do revestimento metálico. Esse processo provoca a quebra por compressão juntamente com a trituração da rocha. Através de uma tubulação interna no martelo de fundo é usado ar comprimido para expelir o material triturado do fuste da estaca raiz. Pelo martelo de fundo ficar por dentro do revestimento, o diâmetro do fuste engastado na rocha é menor do que o diâmetro em solo.
Armadura:
Atingida a profundidade de projeto, é feita a limpeza interna do tubo para posterior inserção da armadura.
Argamassa:
A injeção de argamassa é feita de forma ascendente, através do tubo de injeção, até o extravasamento da argamassa na boca da estaca para garantir a expulsão de qualquer líquido contido no fuste. Após o preenchimento completo do furo, é feita a retirada do revestimento.
A NBR 6122/2019 (Projeto e execução de fundações) especifica a argamassa para estacas Raiz:
Consumo de cimento não inferior a 600 kg/m³;
Fator água / cimento entre 0,5 e 0,6;
Agregado: areia e/ou pedrisco;
Fck maior ou igual à 20 MPa.
Estaca Escavada
As estacas Escavadas caracterizam-se por serem moldadas in loco após a escavação do solo com o uso de perfuratrizes rotativas montadas sobre caminhão ou esteira.
Perfuração:
A perfuração da estaca Escavada consiste na introdução por rotação de um segmento de trado helicoidal (geralmente até 2 metros) no terreno através de prolongamento telescópio. São feitas suscetíveis manobras de perfuração, içamento e limpeza do trado até que se atinja a profundidade de projeto de fundação.
Uma vantagem deste processo executivo é a possibilidade de verificação das camadas do terreno, se comparando com a sondagem mais próxima,e amostragem do solo escavado. Outra vantagem é a alta produtividade de estacas e a ausência de vibração.
Embora seu uso seja para solos sem a presença de água, a execução das estacas Escavada pode ser feita através do uso de polímero ou ainda com o encamisamento no trecho superior de solo com o uso de camisas metálicas.
Armadura:
Para estacas Escavadas submetidas a esforços de tração, horizontal ou momentos, a armadura de projeto deve ser inserida antes da concretagem.
Outra vantagem da estaca Escavada a possibilidade de posicionamento da armadura do pilar diretamente na estaca, dispensando o bloco de coroamento.
Concretagem:
A concretagem da estaca Escavada é feita após a perfuração com o lançamento do concreto no fuste da estaca. A NBR 6122/2019 (Projeto e execução de fundações) especifica o concreto para estacas Escavadas:
Consumo de cimento não inferior a 280 kg/m³;
Slump test entre 8 e 12cm para estacas não armadas, e entre 12 e 14cm para estacas armadas;
Agregado diâmetro máximo 19 mm (brita 1);
Fck maior ou igual à 25 MPa aos 28 dias.
Estaca Cravada
As estacas Cravadas são caracterizadas pela cravação por percussão de elementos pré-moldados (concreto armado, concreto protendido ou metálico) no solo através de golpes de martelo (de gravidade, de explosão, de vapor ou ar comprimido) na cabeça das mesmas. Este martelo é acoplado em um equipamento conhecido como Bate Estaca, podendo movimentar-se por rolos ou esteiras.
Ao atingir as profundidades de projeto, são medidas a nega e o repique de cada estaca. Estas duas medidas garantem a qualidade na execução do serviço e a segurança em relação à capacidade de carga das estacas. A nega é o deslocamento total obtido dos últimos dez últimos golpes do martelo durante a cravação da estaca, medida que significa a penetração efetiva da estaca no solo. Já o repique é a parcela elástica do deslocamento máximo resultante da aplicação do golpe do martelo na estaca.
Pode-se ainda usar um elemento suplementar para cravação da estaca abaixo da cota do terreno, tal fato permite deixar as estacas em sua cota de arrasamento de projeto evitando corte de material excedente.